sexta-feira, 3 de setembro de 2021

A Cauda do Basilisco

Nem sempre o pior inimigo é quem te sorri. O mal nem sempre camufla. Ele diz, por muita vez a que veio e do modo mais covarde e desumano. Assim se instala no ambiente do sagrado labor. Não se contenta em causar meia dúzia, ou meio cento de dissabores. Pode ser dissimulado sim, mas com quem lhe é superior em cargo. A esses ,reverências mil. São capazes de estender a língua ao chão para que passem.

Definitivamente não te quer um mal, mas todos os males .E sofre se te vê um esboço de sorriso na face ou mesmo se vem a ter notícia que não a pior ou a trágica.

Ah, se te acena uma ventura, fruto do bem semeado...ele vai te achar; vai se revirar pelo avesso em cólicas e de tudo fará para lhe tirar o pão da boca...

Se o demônio criou seu basilisco e este saracoteia pelo mundo a queimar e a matar sem trégua, decerto há na imundice de sua cauda, os vermes e parasitas que, em delírio de grandeza e ganância, sonham se igualar ao amo e quiçá o fazer sucumbir tomando-lhe o lugar. E não há que se duvidar que tais vermes transmutem na figura humana e se instalem em entidades de tratamento e preservação da vida para achacar seus bons agentes e espalhar terror e caos. A violência psicológica ( entre outros crimes) é prática de praxe.

É certo que o agente Lisandro não precisava que lhe dissessem algo semelhante. Precisava viver e trabalhar em paz.

Queria chegar todos os dias, cumprir com dignidade sua jornada e retornar aos seus na serenidade da paz conquistada.

Direito negado. ”Motivos” muitos. Era a placidez do semblante, a juventude, as ideias e ideais não condizentes com o tolerado (pelo algoz).As condutas que não raras vezes culminavam em elogios por parte dos usuários de seus serviços...

Lisandro só queria viver ,trabalhar, cuidar da vida, seguir a luz.

Perdeu a vida. Seguiu outra luz.

Ele foi abatido pelos vermes da cauda do basilisco.